quarta-feira, 1 de outubro de 2008

Comida e poder em Estômago

Por Lucas Lima
Imagem: Divulgação

O filme Estômago, de Marcos Jorge, começa com a tentativa de Raimundo Nonato explicar aos seus companheiros de cela a história do queijo gorgonzola e o quão apetitoso ele é. Contudo, para os que estavam no ambiente, a problemática era o cheiro forte. Não importava se o queijo era ou não um manjar dos deuses. Contanto que ele não carregasse o local com seu odor, tudo bem!

Do ponto de vista gastronômico, Estômago revela a ascensão do personagem principal, interpretado por João Miguel [de Cinemas, Aspirinas e Urubus], a partir da comida. Começa aprendendo a fazer pastel, e, após ser percebido o seu talento, cai em uma típica cozinha italiana, com os seus segredos e trunfos para produzir uma alta gastronomia.

Pode parecer simplório, mas é interessante ver o trato de um restauranter com o fazer culinário e o processo de obtenção das matérias-primas. Além disso, ver Raimundo Nonato ir incrustando cada novidade dentro de si, o que se torna um trunfo dentro da cadeia, quando ele vai comendo pelas beiradas até chegar ao patamar que todos almejam dentro de uma cela.

No filme, vê-se ainda a relação dos personagens com os alimentos [Arte ou subsistência? Falta de paladar ou de oportunidades?] e como o interior da cozinha pode ser um lugar nada agradável... Com um bom entrelaçamento das histórias, e interpretações exemplares, o filme só parece ter passado do ponto nos momentos finais. Mas nada que compromete a degustação.

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