segunda-feira, 30 de novembro de 2009

E Porto caiu na música

Damos um tempo nos temperos para falar de música! Durante o fim de semana, estivemos no JazzPorto e, como não entendo muito de música, seguem as palavras de uma moça que estuda isso desde os oito anos.

Por Antoine Lira
Imagem: Reprodução

Há quem diga que é no improviso que o músico revela sua alma. Assim sendo, o Jazz e o Blues são os melhores tipos de música para tocar com a alma, pois a arte da improvisação destaca-se como elemento característico em ambos. A técnica de tocar um instrumento aliada à arte de combinar sons em melodias improvisadas revela de cada músico não só a habilidade prática que detém, mas, sobretudo, a sensibilidade de cada artista. No palco do JazzPorto, evento ocorrido esta semana em Porto de Galinhas, isso foi mais do que visto.

Cinco trombones fraseando sobre uma base harmônica formada por baixo, teclado, bateria e guitarra. Eis a Trombonada, uma das atrações da noite de sexta do festival. A banda pernambucana destaca os metais como solistas, distribuindo as frases entre os cinco trombones que apresentam o tema e improvisam sobre ele. O repertório incluiu a faixa “Trombo Frevo”, composta por Spok especialmente para a Trombonada, e ainda “Duda no frevo” que incendiou o público da praia.

Ainda na noite de sexta, subiu ao palco o guitarrista argentino Danny Vincent. Acompanhando por baixista, baterista e tecladista, Vincent animou o público nos vocais e solos de guitarra improvisados sobre a base harmônica da banda. No repertório, incluiu “I feel good”, acompanhado pelos vocais de Gihna Pulso, da UpTown Band. O show ainda contou com as participações de Big Joe Manfra (RJ) e de Karl Dixon.

Para o encerramento da noite de sábado, subiu ao palco uma das atrações mais esperadas: Stanley Jordan. Acompanhado por baixo e bateria, o guitarrista digitava sobre o braço da guitarra as melodias improvisadas sobre o tema. A digitação simultânea da mão direita, além da esquerda, sobre o braço da guitarra é uma das técnicas de solo bastante exploradas por Stanley. No repertório, incluiu “A insensatez”, de Tom Jobim e Vinícius de Moraes, com interpretação e arranjo únicos que emocionaram pela delicadeza melódica.

Se há quem diga que o improviso se toca com a alma, com efeito, o III Jazz Porto revelou-se como um ótimo festival para tocar a alma, preencher os ouvidos e os olhos dos que ancoraram na praia paradisíaca de Porto de Galinhas.

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