quarta-feira, 23 de maio de 2012

Nas nuvens do Café San Juan


Texto e fotos: Lucas Lima

Começando pelo fim. E, creio, a melhor parte – não por ir embora, mas pela experiência gastronômica aqui contida. Na terça-feira (15/05) da última semana, estava aproveitando os últimos ventos frios e raios solares de Buenos Aires. O dinheiro no fim. Entre compras de alfajor, últimos presentes (para queridos e para mim) e a cota diária da mãe, sobraram $  200 (pesos). Pensei: “Hoje podemos ficar nas empanadas, jantar em casa... Vai dar”. Não deu. Só o almoço no Café San Juan custou $ 260. Valor para três. No bom real, isso significa R$ 121 – módicos R$ 40 para cada. Pouco, para quem está em badalado bistrô da cidade, um dos melhores. Pouco, para quem não esperava encerrar um ciclo em grande estilo.

O Café San Juan fica situado na avenida de mesmo nome, no número 452, bem pertinho da via que abriga a feira de San Telmo, que movimenta o local todos os domingos, desde a década de 1970. Pelo nome, pensei que era um café mesmo, não um bistrô, pequeno, com capacidade para pouco mais de 30 pessoas no salão interno, 18 na área externa, onde fiquei. Cheguei por lá depois das 13h e o local estava lotado. Para ficar no ar condicionado, a espera, em média, era de 40 minutos. Compensava.
Guia-anfitriã admirando os recortes de jornais e revistas

Como entrada, tortillas de papas (batata), queijo com salmão defumado, jamón cru com tomate e pimentão; patês de coelho, salmão. Fomos direto para o prato principal. Decidimos pedir dois e, caso necessário, um terceiro em seguida. Não foi preciso. A escolha das chicas (mi madre y Rafaela, a guia-anfitriã) foi pelo ojo de bife con chimichurri y papas salteadas con chorizo colorado y ajíes. Traduzindo: o miolo do contra-filé (corte típico da região) com um molho à base de alho, cebola, salsinha, pimenta... Acompanhando, batatas, chorizo (linguiça) e pimentão.

Ojo de bife

O prato custou $ 116. O detalhe: ele veio dividido, em dois pratos. Em cada um, a carne ocupava quase metade do espaço. Ou seja. Como a maioria das carnes que comi por lá eram meio insossas (medida governamental para combater problemas de hipertensão), essa veio para arrebatar o paladar, culpa, claro, do molho sobre a carne, cheio de temperos.

Eu escolhi um coelho guisado com tomate-seco, azeitona e polenta crocante com jamón cru e ervas. A carne derretia na boca, o molho dava vontade de pegar a cestinha com pães e dar uma baixa considerável. Pedida bem servida também, apenas com um pouco de osso. Ficamos lá os três, beliscando os pratos alheios e certos que um terceiro prato seria um ato para transformar o almoço em um banquete.

Conejo con polenta crocante

No menu, ainda vale ressaltar a presença de polvo à espanhola, panceta fresca, crepe de tomate com queijo de ovelha, salmão arroz mediterrâneo com frutos do mar (valores entr $ 85 e $ 199). A lotação da casa e a vidraça lotada de recorte de jornais e revistas são pequenas provas que o público, normalmente, sai de lá satisfeito. Eu, pelo menos, saí nas nuvens.

Serviço
Av. San Juan, 452, San Telmo - Buenos Aires/Argetina
Fecha às segundas. Abre para almoço e jantar nos demais dias
Fone: 00 (código da operadora) 54 (11) 4300.1112
Aceita apenas dinheiro (efectivo)

Um comentário:

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